domingo, 29 de julho de 2007

TRAMPeraturas

Quando as temperaturas – por excesso ou por defeito – põem o que resta das pessoas neste pré-deserto em estado de alerta, ocorre-me, não sei se de forma original, mas isso não me importa muito, falar de TRAMPeraturas.

É o que acontece agora neste meio- de- Verão escaldante – com o mercúrio dos termómetros a aproximar-se dos 45 graus.

Todos os anos, nestas condições, se apela à exaustão para que as pessoas se protejam das radiações ultra-violetas, evitando expor-se ao sol entre as 11 e as 17 horas , ou coisa semelhante. Sobretudo os idosos.

Sabemos que é o que não falta neste território à beira de Saharização total – é gente idosa (até porque já não tem pernas para se safar daqui!): grande parte ainda a trabalhar, já que não logram reformar-se antes de se abeirarem dos 70

Todos os anos também este escriba diletante clama contra a aberração sadocrática que é manter um horário de trabalho que obriga essa gente trôpega a andar de vassoura em punho a varrer Ruas, ou de espalhador de asfalto a disfarçar mazelas numa rede de Estradas esburacadas – às 3 ou 4 horas da tarde, quando o calor está pronto a derreter-lhes as pilhas dos relógios

Porra, que é demais! Não sei até que ponto o SARAMAGO não estará mais uma vez coberto de razão! Têm vergonha de COPIAR o horário de Espanha – aqui mesmo ao lado? Ou será que entre Badajós e Elvas há diferenças de fusos que não justifiquem a medida?

E as autoridades locais? Será que ainda não se aperceberam de que pactuam com uma monstruosidade inominável? Vejam as Ruas da Cidade – isto se não quiserem deslocar-se aos concelhos desertos, às freguesias, às Aldeias em que os habitantes sobrevivem cautelosamente recolhidos.

SARAMAGO, volta! Por mim estás a meio-caminho do perdão

Domingo, 29 de Julho de 2007

Durmo 6-7 horitas por noite. Para os meus quase 70 – parece que não deve ser suficiente.
A porcaria da carta? A sadocracia geriátrica de punir quem esquece a validade de um documento
pessoal?
7 horas da manhã. O trio de gatos já se manifesta da soleira da porta. A matriarca pariu mais uma
ninhada. Não faço ideia de onde.
A Cristhie, monopata, continua em casa – brincando com os meus pés descalços.
Ninguém sabe coexistir comigo como a gata Cristhie. Pela primeira vez na vida investi para salvar
um gato. E ele paga-me não se importando que eu não me importe com ele a tempo inteiro. Tolerame
exactamente como sou.
Ouvimos uma coisa linda de Tchaikowsky (?): eu, aqui, soltando estas palavras – Cristhie
completamente solta, dormindo num sofá
Os estorninhos voltam a chatear ao romper da aurora na vertical precisa da minha cabeça, no
telhado, já expliquei uma vez que são atraídos pela radiação infravermelha que se desprende para o
éter. Nada a fazer enquanto eu respirar e houver estorninhos na ribeira.
Os gnous e as zebras devem ser guiados por parasensações idênticas quando resolvem percorrer
longas distâncias à procura de erva nova. Razões fortes que escapam ao nosso entendimento – a que
chamamos comodamente instinto. Quando se passa com as plantas – porque elas também sentem
como os animais e como nós, e também se movimentam – resolvemos rotular esses
comportamentos de tropismos.
Esta noite as formigas-de-asa, à semelhança dos grandes herbívoros africanos, vieram para a rua.
Pergunto aos velhos camponeses o que isso significa – dizem que é normal. Mas eu já acredito mais
em mim do que nessa gente que trocou o Borda D´Água pela gravata e pelo Cinzanno. Sempre
associei a formiga-de-asa à ocorrência de chuvadas fortes fora-de-época. Espero é que não seja dia
2- quando tenho que ir a Évora submeter-me à primeira etapa do famoso exame de condução.
Até mais ler,
abraços e beijinhos

sábado, 28 de julho de 2007

DEFORMAÇÃO CONJUNTURAL

1 – António tal-tal, tal-tal..., nascido há 719 011 dias – nesta fase em trabalhos de Carta....
Um dia – com a pressa toda a que somos submetidos – comemoraremos não os anos mas os
minutos; os calendários com ícones religiosos nas paredes das casas de quem crê, e as gajas nuas
por cima do painel de ferramentas da Oficina de Mecânica – esses calendários, não tarda, em vez de
se limitarem a indicar os dias: Setembro/23/2ª.Fª. , indicarão sobretudo as horas: as 24 de cada dia.
2- Os senhores Jardim Gonçalves e Teixeira Pinto andam de candeias às avessas. Não parece – pela
gentileza, se diria até melhor cordialidade com que disputam ceder prioridade quando adregam
encontrar-se nas passagens estreitas.
Quem deve ceder? : o que chegou em último lugar ao estreitamento? O mais leve para o mais
pesado?
E, em caso de necessidade, quem é obrigado a recuar?: O de mercadorias para o de passageiros? O
que sobe para aquele que desce? O que vai sózinho- a favor do que se faz acompanhar de atrelado?
A vida – não só a destes homens, a de todos nós- rege-se por um rigoroso Código de sinais que a
toda a hora temos que ler, interpretar, agir em conformidade com o seu significado. Estabelecidos
em rigorosa hierarquia, que na condução automóvel, bem como na vida, fica assim ordenada:
1 – ordens dos agentes reguladores de trânsito/ directores, chefes de repartição, por aí abaixo até
contínuos
2 – sinalização temporária que modifique o regime normal de utilização da via/despachos internos
emanados da chefia- determinando que as instalações sanitárias sejam adaptadas a Cafeteria, a
Sala de espera “temporariamente” transformada em Gabinete de Reuniôes.
3- sinais Luminosos: toda a iluminação da Repartição. Quem trabalhou comigo na Cooperativa
Hortícola do Divor “não me deixa mentir”: sobre a porta do Gabinete da Administração, e pelo
menos do Director de Produção estavam instalados autênticos semáforos de Estrada: Vermelho;
Amarelo (fixo ou intermitente) e Verde. É verdade, juro!
4 – sinais verticais: que são muitos, e se dividem nas seguintes sub-categorias:
a) – cedência de passagem ( cá está o da nossa alegoria)
b) – de proibição
c) - de obrigação
- de prescrição específica
Ora bem, não vamos alongar-nos na descrição desta interminável sinalética. Só dizer que o
desrespeito pela maioria dos sinais implica o cidadão cair em situação de contra-ordenação, punível
com coima e por vezes sanção acessória, que pode ir da inibição de conduzir por tempo variável até
à pena de prisão.
Quem, dos que têm a paciência de me ler, se lembra ainda de ser passível de multa(5 tostões se a
memória não me falha) cuspir ou lançar lixo para o chão – nas esmeradas Ruas de Évora?
Não será estultícia admitir retorno a essas normas: entrada de Repartição Pública; Casa de
Espectáculos; Hospital; Restaurante; Loja de Chinês – sinal circular azul, com guarda-chuva a
branco: obrigatório depositar o guarda-chuva;
Em coxias ou passagens estreitas entre filas de mesas ou cadeiras – sinal circular azul com seta
branca: sentido obrigatório.
Sinais de proibição – circulares vermelhos, fundo azul, traço oblíquo, a tiracolo, digamos :
proibição de estacionar à mesa dos Cafés fruindo o periódico de eleição;Proibição de FUMAR – esse é já comum em Restaurantes e Repartções públicas, entre outras;
Proibição de falar: Circular vermelho, lábios na horizontal, a branco – selados por adesivo, na
vertical, a preto. Legendado com as respectivas penalizações:
-FALAR MAL ( dos produtos aí servidos): coima de 2 euros
– " " do dono do estabelecimento : coima de 5 euros e inibição de pôr lá os pés entre 15
– dias e 1 mês
– " " das autoridades locais: coima de 7€ e 50 cêntimos , acrescido de inibição de
– frequentar o local entre 2 a 5 meses.
– " " do governo, ou de algum dos seus membros em particular: coima de 20 euros,
agravado com multa e obrigação de voltar a fazer exame da 4ª. Classe antiga ( onde se exaltavam
os valores patrióticos e o respeito devido aos que fazem o sacrifício de nos governarem)

– E pronto, seria assim, isto para não nos alongarmos em demasia, e descurarmos o estudo
propedêutico do simpático Código da Estrada

– abraço a você – pela paciência.

NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO E A FÉ DOS HOMENS

( A propósito das Festas Populares em Honra de Nossa Senhora
da Consolação – na Igrejinha)

Mais um ano (para os pessimistas menos um); mais não sei quantos meninos e meninas nascidos na
Aldeia; mais não sei quantos acompanhados à última morada; mais uns poucos de novos moradores
que procuram a serenidade e a pacatez da Igrejinha; mais um outono- de que poucos já se lembramum
Inverno com mais ou menos chuva e mais ou menos hectares de terra semeados, mais ou menos
gripes e constipações, mais ou menos corridas ao Centro de Saúde e à Farmácia; mais uma
Primavera amena, com flores primeiro lilazes à beira dos caminhos, depois amarelas e roxas
tingindo a paisagem no percurso diário para Évora; mais um ano de campos cada vez mais desertos
de searas, mais entregues aos caprichos da própria Natureza; mais um ano de...
Os dias; as semanas; os meses, os anos; para nós, humanos, finalmente o século. Que alguns, muito
raros, igrejinhenses já tiveram a honra e o proveito de comemorar. No Alentejo há cerca de 60
cidadãos, dos quais apenas 7 homens, que já ultrapassaram essa meta.
Para dizer o quê? Que a esperança de vida da nossa população aumenta, felizmente, a um ritmo
acelerado, de que muitas vezes nem nos apercebemos.
Mas todos nos lembramos do tempo de miséria da maioria das famílias;da falta compulsiva de
higiene porque a água para casa tinha que se ir buscar em cântaros à fonte – o banhito que hoje é
diário não ia além de uma vez por semana, quando não por mês, ou, em situações extremas, de
maneira mais cuidada, só mesmo pelas Festas de Nossa Senhora da Consolação.
Mudam-se os tempos – dizia Camões há 500 anos – mudam-se as vontades. E, sabemos nós agora,
mudam-se de igual modo os hábitos, os costumes, as tradições, os próprios valores – que é o mesmo
que dizer o modo como lidamos entre nós, aquilo em que acreditamos, como encaramos as
instituições: a Família; a Escola; o Poder legalmente instituido; a Igreja; a Fé.....
Porque tudo isso muda com o tempo!
E é fácil admitir que há quatro ou cinco mil anos os nossos tetravós, sepultados na Chainha, no
Sobral ou nas Cabeças não fossem devotos fervorosos de Nossa Senhora da Consolação. Passaram
dois ou três milénios até que viesse ao mundo Jesus Cristo, e mais outros dois até aos dias de hoje.
O que nãosignifica que esses remotos antepassados não tivessem já a sua fé! Testemunha disso são
as pedras alinhadas, a que chamamos Antas, tidas como monumentos funerários, que atravessaram
milénios até nós.
É a fé, talvez mais do que tudo, o que nos distingue do que impropriamente designamos por animais
irracionais. Impropriamente porque todos nós sabemos como os cães ou os gatos também são
capazes de compartilhar as nossas alegrias ou tristezas, de "falar" connosco para nos transmitir
anseios, angústias, em suma os seus estados de alma.
É cada vez mais frequente acreditarmos na capacidade humana para resolver os nossos problemas.
Se até fomos à Lua, será tão difícil acabar com a Fome e as Doenças que devastam grande parte da
humanidade? E será a Fé, só por si, capaz de irradicar definitivamente esses flagelos? Não,
reconhecidamente. Como crença passiva, se não for acompanhada de actos, por vezes de muitos
sacrifícios pessoais, não leva a nada. Como afirmava Tiago: a Fé, se não for acompanhada de
obras, é morta E é essa componente religiosa, essa força interior que os igrejinhenses buscam na sua Santa
Imaculada. Que os traz dos confins da Europa, enfrentando o desafio de milhares de quilómetros de
Estrada e de contingências – para depositarem ali, naquela noite, as suas esperanças e angústias,
invocarem os favores divinos para a incerteza que os aguarda.
Não haverá em França ou na Bélgica, ou no Canadá, réplicas "emigrantes" da Santa da sua
devoção? Seguramente sim!
Mas a Santa verdadeira – VIVA – a senhora da Consolação autêntica – Essa reside aqui na
Igrejinha, numa construção cheia de mística, que, por mais que se renove, não perde nunca a sua
força original.
Boas Festas – é o que Vos deseja este igrejinhense de adopção
António Saias

terça-feira, 24 de julho de 2007

2 variações sobre 1 Pivot


1 :

Pivot
Passa agora
À minha porta

É tudo verde
E fresco
Por onde Pivot
Passa

Pivot é
Tu

Por isso
Amo Pivot


2:

Pivot
Passa agora
À minha porta

Tu não
Estás

Pivot não é mais
Do que uma
Estúpida
Metálica
Velha

Máquina
De rega

domingo, 22 de julho de 2007

Rosto calmo


Rosto calmo
Rosto rugas
-rios de rugas –
Sem margens
Sem limites
Rosto Música
Rostro
Povich
abraço
António Saias

sexta-feira, 20 de julho de 2007

O HOMEM QUE MORDEU O BURRO

A estória acaba de me ser contada por Teresa – mulher do meu velho amigo Orlando – no período
de aquecimento para uma habitual prolongada semanal sessão de jogo de sueca. Sabem como é:
enquanto se levanta ainda a mesa do jantar, se lava alguma loiça, se põe a funcionar o clássico
moinho de café, os adversários convidados vão pegando os copos e servindo-se das bebidas muito
arrumadinhas numa bandeja de bambú, tasquinhando um tremocinho brilhante (uma espécie de
brinco com pérola de Vermeer) aqui, um rim corado de cajú ali, traficando com os anfitriões as
últimas novidades da Aldeia
Orlando dá por terminada a barulhenta moenda do café, desliga o moinho e liga a máquina,
aproxima de si uma bandeja com as chávenas, e dá de imediato início à olorosa tarefa de tirar uma
bica per capita.
Teresa acaba de lavar a loiça. Retira o avental verde e amarelo, sacode-o graciosamente e pendura-o
no cabide. Uma cadela pequena e uma coelha muito grande brincam como irmãs, alternam-se em
perseguições por entre a floresta de pés de mesas e cadeiras, escondendo-se nas estreitas grutas
naturais formadas por móveis mais rasteiros.
A noite – a despeito de Julho ir já pela cintura – está relativamente fresca, desmentindo a nova
teoria de aquecimento global irreversível. Serenada a actividade doméstica, o pessoal acomoda-se
à volta de uma mesa, onde supostamente irá travar-se a batalha da sueca. Mas Orlando está
demasiado loquaz – longe, muito longe do mutismo exigido à prática do jogo de que se diz ter sido
inventado por praticantes mudos. E Teresa, e Maria Helena, e Rosalina, e respectivos maridos –
todos mais ligados ao sabor da conversa efervescente do que à expectativa de sairem paus ou ouros
como trunfo.
É então que Teresa conta a estória, insólita de todo, que faz título da crónica:
Éramos sete irmãos – vivíamos numa quinta, nos arredores da cidade, cultivávamos frutas e
legumes, criávamos algum gado e animais de capoeira. Para consumo próprio, e quando havia
excedentes eram vendidos na cidade. O meu pai – dizer desde já que era um impenitente
frequentador de Tascas – engatava o burro ( Topo Jijo) na carroça, carregava os frescos
destinados ao comércio, e ala, que se fazia tarde.
Já sabíamos que o dia ia ser passado nisso: receber o dinheirito dos produtos e tratar de o
distribuir pelas tabernas no regresso.
Um dia, estando o pai doente, foi a mãe que se encarregou da regular distribuição. E, surpresa ou
talvez não, o Topo Jijo em viagem de retorno parou em todas as tabernas do caminho.
Já, de outra vez, pretendendo o pai levar o burro ao ferrador, de que havia de lembrar-se!:
amarrá-lo à motorizada, e conduzi-lo, assim, de forma mais acelerada.
Só que o Topo Jijo não se mostrou pelos ajustes, e recusou, com a determinação própria da
espécie, esboçar um único passo na esteira do roncar da motorizada. Nem para trás nem para
diante. Especado e firme, inamovível que nem um poste de telefone....
Ai ele é isso – diz o pai – desamarra-o da Zundap, e pula-lhe para cima. Mas, com a mesma
ligeireza com que o cavalgou, assim Topo Jijo o derribou. Entre coice e cangocha – foi obra de
segundos.
Empoeirado e maltaratado do percalço, levantou-se colérico, pegou o Topo Jijo pelo cabresto,
agarrou-lhe a orelha mais a jeito e cravou-lhe furiosamente os dentes.
Vingado de tanta malvadez do burro, caiu apoplético no chão
Desmaiou – conta Teresa, induzindo, com esta, uma sessão de estórias em cenários diferentes
protagonizadas por outros personagens, tendo-se assim gorado aquela prevista noite de sueca.
Espero que como eu se tenham divertido

quarta-feira, 18 de julho de 2007

INSTRUÇÕES PRIMÁRIAS
SANTA PAZ ESTIVAL
1 – Verão ( estamos mesmo a ver!) - o meu eu já o vi: na melhor das hipóteses até finais de Agosto
agarrado ao Código da Estrada; diariamente 4 viagens à boleia entre o Monte e Arraiolos; ouvir do
instrutor o essencial e o acessório -tentar apreender o máximo possível para evitar passar o resto dos
meus anos de vida (que, pelas estatísticas, já nem serão muito numerosos) agarrado ao volante de
uma viatura “oficial” acompanhado de um coro de ameaças que em nada tranquiliza o meu pobre
espírito de aprendiz eterno:
a manobra que o senhor acaba de fazer – no exame é chumbo imediato!
Resisto à tentação de me curvar ligeiramente ante a imagem de nossa Senhora de Fátima que tenho
na ciranda, ornamentando a chaminé, e pedir-lhe – pela primeira vez – algum favor: que me liberte
sem demora desta provação angustiante. Porque, o meu leitor á sabe, agradecer sim, esmolar não.
Previsão, então, polvilhada de pródigo optimismo, a minha modesta mobilidade transitária (?) - só
lá para finais do mês que vem. E espero, por antecipação, que não seja transitória!
2 – O país em peso desligou os motores, e viaja ao sabor das correntes de ar que devem produzir-se
lá em cima. Numa calma silenciosa e sedativa, capaz de adormecer os espíritos mais alvoroçados.
Escapam os Tribunais e o aparelho de justiça – não sei se funciona mesmo essa tal lei polémica que
determinou o fim das férias judiciais! É capaz!
Com resultados volumosos: pelo menos em termos de produção de escrita: A televisão anunciava –
temos então que acreditar - que só para ler os acórdãos do processo Apito Dourado eram necessárias
no mínimo 7 horas!!! É obra!
Muita prosa, muita paciência para quem lê e não menos para quem tem que ouvir, muitas
garrafinhas de água para não deixar colar as palhetas da fala e canais adjacentes. Para quê?: para
aplicar umas tantas penas simbólicas a meia-dúzia de árbitros incautos, respectivos acólitos
bandeirinhas, a 2 ou 3 dirigentes desportivos secundários – tudo convertido em “penas suspensas” -
dado o bom comportamento pregresso dos arguídos.
Estou mesmo a ver Pinto da Costa e Valentim Loureiro a tremerem que nem varas verdes com
medo das sentenças!
Iden para os processos "Braga Altern" e "Braga Parks" – com propriedade agora de "ver Braga por
canudo". O primeiro – o das raparigas brasileiras e ucranianas – com um desfecho pesado, mas
justo: condenado a 9 (nove) anos de prisão o arguído principal. É assim mesmo. Ainda dizem que
não se faz justiça nesta Terra!
Só que (há sempre nestas estórias um só que) o bom do arguído já tinha cuidado de se pôr a milhas
muito antes destas burocracias Kafkianas da Justiça lusitana. Qual Bin Laden do hedonismo e dos
prazeres elementares – o nosso herói de Braga refugiou-se em parte incerta, quem sabe na zona
montanhosa, inexpugnável, do Afeganistão - de onde comandará em paz (também ela justa) os
prósperos negócios que foram deslocalizados para a vizinha Espanha.
Antes mesmo que terminem os tais 9 anos de condenação – daqui por uns mesitos – o homem
voltará a Braga, à imagem e semelhaça de Fátima Felgueiras, meterá as balarinas, nas horas de ócio,
a recolher assinaturas entre a população masculina do Distrito, abonando o seu profundo
arrependimento e a falta "oficial" que a prosecução da sua actividade irá trazer ao desenvolvimento
económico do Minho.
Ainda à semelhança do que acontece com o Braga Parks, pode muito bem este impoluto homem de
negócios socorrer-se do incontornável poder da hierarquia da Igreja. Um cónego? Um bispo? Que
não se fará rogado em abonar as qualidades morais do retornado.
Eu é que estou lixado – que tenho que passar o Verão agarrado ao volante de um automóvel de
instrução.
Boas Férias. Como já disse algures, eu continuo de Fúrias
estival abraço

domingo, 15 de julho de 2007

VERÃO ESCALDANTE

As formigas são de tamanho médio- nem as milheirinhas, que farejam o mel e o açúcar, que
povoam a casa como um hálito, chegam a insinuar-se pelos lençóis da cama; nem volumosas,
negras como as que transitam na rua carregando sementes e volumes vegetais dez vezes superiores
ao seu desprezível tamanho. As formigas de que falo agora, também domésticas como a praga do
mel e do açúcar, escavaram Bunker à entrada da casa, junto à porta, e ali vão armazenando vitualhas
que rabiscam pelo caos de géneros espalhados pela casa.
Não dei bem pelo prejuízo que podiam provocar-me. Via-as transitar serenamente em fila, como um
exército pacífico, que me levaria mais à contemplação do que à pulsão doentia da destruição.
Já tinha massacrado dois vespeiros: um numa roseira moribunda, devastadas as raízes pelas
toupeiras; outro- volumoso- no ângulo superior da janela do meu quarto. Com a justificação de que
tinha sido inocentemente inoculado pelo seu ódio venenoso. Pôr-de-sol, família reunida, alvéolos
cheios de crias – duas borrifadelas de spray insecticida, e uma dança mórbida, descoordenada, de
helicóptero atingido por fogo anti-aéreo: o fim definitivo do foco de ameaça.
O mesmo com as formigas: as duas borrifadelas clássicas; a mesma descoordenação motora,
anúncio inequívoco de morte. As que estavam guardadas no interior do Bunker, avisadas do perigo
deram em tentar evacuar as crias, os filhotes – larvas brancas, vivas, a pulsar como asticot das
varejeiras. Novo ataque aéreo com nevoeiro da morte – à semelhança das técnicas dos campos de
concentração nazis – e pronto: dossiê formigas encerrado.
Retomaria a noção de Etologia. E da sua ligação com o comportamento humano. Às relações de
força e de poder entre homens e animais. Entre os próprios homens. Entre nações, religiões,
ideologias. Entre homens e deuses. Porque são os deuses que dispõem do spray mágico homicida.
Que não utilizam mas colocam nas mãos de certos homens.
Em Beirute, no Líbano; em Islamabad, no Paquistão; em Bagdad e todo o Iraque – milhares de
vespeiros e formigueiros são atacados inexoravelmente a toda a hora. Por receio de que as formigas
se apropriem das suas tanta vez supéfluas vitualhas? Temendo o ódio venenoso que as vespas
podem instilar nos seus ombros nus ou nas veias salientes do pescoço?
O formigueiro de entrada de casa não foi radicalmente eliminado. Lá bem no fundo do Bunker
formigas avisadas terão repensando a estratégia de evacuar as crias em busca de salvá-las. Estarão
cuidando daquelas que sobraram dos raids mortíferos lançados por um inimigo poderoso –
sobretudo porque se sente sitiado no seu próprio território. O inimigo não cuidou de saber se o seu
isolamento se devia aos outros se a si próprio. Sente-se isolado mas tem força. Dispôe do spray
mágico com que pode destruir de imediato “quem”ouse minimamente incomodá-lo.
Até há pouco tempo, vespas e formigas não eram consideradas inimigo. Pelo contrário, objecto de
observação, de estudo, reconhecidas como parceiros de caminhada para o nada. Hoje não. Sabe que
não pode dominar nem sujeitar o Mundo. Mas não escapa ao fascínio de exercer o seu poder sobre
os mais fracos que o rodeiam.
Estival abraço para todo

7 novas maravilhas do Mundo

A recente edição da eleição das 7 novas Maravilhas do Mundo confirmou algumas suspeitas
que já tínhamos em relação
a matéria tão, no mínimo, delicada.
A nível nacional:
O Alentejo – não se deu por ele: qual Monsaraz, qual Palácio Ducal de Vila-Viçosa, qual Templo
romano da cidade de Évora?
Não somos ricos; estamos em processo acelerado de desertificação; não damos votos.
A Nível mundial:
Não sei se algum observador político se deu conta desta breve e ingénua constatação:
Foram contempladas Maravilhas dos países de chamadas “economias emergentes”: CHINA;
ÍNDIA; BRASIL – até sem grande esforço o próprio MÉXICO.
Não esqueçamos que um “anónimo” cidadão de chapéu de abas largas e esporas de prata
reluzentes acaba de destronar do Ranking mundial de pecúlio acumulado o “intocável” BILL
Gates!
No que em particular nos toca – a nós, alentejanos – coube-nos a Honra de termos sido
distinguidos com um monumento de nomenclatura tipicamente cá do sítio: Vidigueira? Cuba?
Alter do Chão?
O concorrente indiano – que nada nos leva a repudiar a ideia de ter sido crismado pelos
primeiros navegadores lusos, com o pensamento no longínquo país de origem:
TÁS MÁLI !!!!!!!!
Que só não confirmamos porque os nossos amigos indianos não puseram a concurso um outro
monumento ali mesmo adjacente, consagrado com o nome hindu de:
MUDA – TI
Abraços Maravilhosos

domingo, 8 de julho de 2007

INSTRUÇÕES PRIMÁRIAS
A UNIVERSIDADE E O GATO PRETO
Passo pela Universidade – esta, a nossa, de Évora – por ciclos. Na ordem dos dez anos. Uma espécie
de cio do conhecimento de longo ciclo. Ainda este ano, antes de ficar desencartado, frequentei dois
cursos de Literatura e arte. É bom aprender, conhecer os Professores e os Colegas, falar de coisas
diferentes do que nos é servido no quase sempre monótono dia-a-dia.
Nunca fui brilhante em matéria de apreender/reproduzir – que é a grande linha-mestra do ensino.
Sou, sempre fui, mediano ou abaixo disso – uma classe média/baixa, como em tudo na vida. Fiz o
Liceu, em Portalegre, com média de 12; Curso de regente-agrícola com 12.3 ; licenciatura em
Sociologia próximo do 13; acabo de concluir o mestrado em Ecologia Humana com classificação
que desconheço ainda – por não ter tido oportunidade, nem dinheiro de sobra, para ir levantar o
respectivo documento comprovativo. Mas não deve escapar à regra!
Às vezes dou comigo a questionar-me sobre o que me serve ter andado por ali tantos anos a moer a
paciência – a mim e aos outros. Mas ainda há menos de uma hora dei por que não foi em vão que
passeei por aqueles extensos corredores de xistos e abóbadas, por aqueles claustros de beleza
beatífica, por aquelas Salas pintadas – de frescos artísticos de museu.
Abri a porta, onde costumam esperar-me a Christie e um gato azeviche, de olho amendoado, que na
floresta húmida tropical bem podia ser tomado por Pantera.
Os gatos pretos têm comportamentos especiais – é do senso comum-: mais esquivos, ariscos, menos
sociais. Não faltam aforismos sobre este tipo de animais.
Estes comportamentos são estudados por uma Ciência jovem – inícios do século passado – que dá
pelo nome de Etologia. Do grego Ethos – de costumes, comportamentos, hábitos. O mesmo de
etnologia, etnografia (grupo Etnográfico).
E o estudo exegético de tais comportamentos pode ser transposto para o social humano. Daí a
Etologia Humana, Disciplina Curricular da licenciatura em Sociologia.
O harém dos galos (quantas galinhas podem ter? ) , qual a hierarquia estabelecida para efeitos de
reprodução?, quais as que podem acompanhá-lo mais de perto? - aquela cena machista de
esgaravatar a terra em busca de sementes ou de vermes para contemplar a namorada..., a trombeta
estridente que abre o fecho-eclaire da madrugada: Quem é o Rei, quem é? Quem é que manda aqui?
É isso. A Etologia estuda tudo issso. E a Etologia humana adapta o comportamento galináceo à
realidade das pessoas, dos actores sociais. Com quantos homens-galos lidamos no nosso dia-a-dia!
Já pensou?
E o Gato preto? O que há de etologia no seu comportamento? E, se houver, o que tem isso a ver
com a realidade humana? Começo por dizer-Vos que me sinto um Gato preto!
A Christie – não sei por quê – faltou à ração de leite matinal. Estava só o gato preto à porta, podia
ver-lhe a sombra no exterior. Com a Christie, teriam entrado em simultâneo, de rompante. Sózinho,
a reacção imediata do gato preto foi a fuga. Para voltar depois, dissimulado entre flores e ervas,
roseiras e hortelã, até se aproximar da porta entreaberta.
E o gato preto- anónimo, mas que podia ser Pantera – estuda a porta. Podia facilmente franqueá-la.
Subir o degrau suave em que ela assenta, e pronto, simplesmente entrar. Mas não: como se fosse eu,
o gato preto recusa a entrada formal que lhe é mostrada, escancarada. Correndo o risco de ficar
entalado, esforça-se – e consegue – passar por debaixo da porta.
Julgo ter dado por isto porque, há já não sei quantos anos, um jovem Professor da Universidade de
Évora me terá contemplado com um 12 (suponho) à sua Disciplina de Etologia Humana.
Grato aos dois: ao Professor e à Universidade
António Saias

sábado, 7 de julho de 2007

B L O G

Eu também tenho um blog: preto; pequenino; pendurado
E posso, pelo meu blog, dizer aquilo que me dá na pinha.
Está calor, aproximamo-nos dos quarenta – mesmo com flexisegurança a coisa não está pra graças.
Coisas desconexas a gente diz para acertar. Porque dizer coisas direitinhas – isso toda a gente diz:
aprendeu gramática, comprou um dicionário, leu o Gaiola Aberta do Vilhena e meia-dúzia de
estrofes dos Lusíadas, passou com 14 a português no décimo segundo, cursou estudos superiores, e
aí está pronto a botar discurso em qualquer areópago da maior respeitabilidade.
Sobre as alterações climáticas ou a gripe aviaria no extremo oriente (aviária sem acento – da
responsabilidade do corrector de texto, eu cá não quero saber!) , sobre as consequências trágicas das
monções na Ásia ou os efeitos dos avanços da engenharia genética na cor dos ovos das galinhas Red
Rhode Island.
Há títulos que só por si valem uma cabazada de palavras – alinhadas uma-a-uma sabe deus com que
sacrifício. Deus com minúsculas, que não tem nada a ver com religião nem coisa parecida. Como
quando se diz “ao deus dará”. Faria algum sentido escrever deus com letra grande?
Desde que tenho o blog – preto, pequenino, pendurado – escrevo muito mais. E às tantas as pessoas
já se cansam de ler tanta bacorada. Porque nem é preciso transformar-se o blogueiro numa albufeira
de palavras para refrescar a memória do leitor eventual. Desde há dias que ando com esta metida na
cabeça: Escrever uma crónica que não vá além do título. E o título seria: O PIPI DA
METEOROLOGIA. Quem vê a Antena 1 sabe de quem falo: um senhor todo composto, de lacinho
e tudo, que em gestos encenados – talvez ao espelho do seu pesado guarda-fatos - nos diz
diariamente onde é que vai chover e para onde avança o anticiclone dos Açores. Maravilha!
Por falar em chuva: ando com os sentimentos visivelmente enevoados. E esta madrugada – ainda
antes das 6 horas da manhã – palavra de honra, acordei com uma suave mas volumosa sinfonia de
pardais, sim, do telhado, nos choupos mais próximos da casa.
Quem alguma vez tenha cometido a tonteria de viver no mato, como eu fiz em toda a minha vida,
sabe que os pardais se juntam em bandos para dormir nas canas e nas silvas. E produzem, em
conjunto, um ruído cavo quase de onda, que só sossega quando o sol desaparece por completo. Pois
bem, pela primeira vez nas minhas aproximadas 70 translações dei por esta cena – não nas canas ou
nas silvas, não ao pôr-do- sol como estava habituado- em pleno crepúsculo do raiar da aurora.
Os pardais, do telhado, sim, estão em pleno apogeu de procriação. E se eles são brutos em matéria
de fornicação! Macho e fêmea, às vezes até mais, embrulham-se em voos rasantes que terminam
abruptamente numa toiça de ervas ao acaso, e entre beijinhos e bicadas culminam com séries de
dezenas de galadelas ( é assim que se diz quando se fala de voláteis).
Produzem ninhadas mais vastas do que camponeses indianos, não sei ao certo quantas vezes ao anodesde
os alvores da primavera até ao fim do verão.
E desta vez devem ter juntado a filharada toda para me proporcionar este agradável alvoroço. Eu é
que já não consegui adormecer – até ter que me levantar para ir para as lições de condução
Você está de férias, eu já sei, goze-as bem, sem o desatino destes inesquecíveis companheiros.
Vai para si o meu abraço

quinta-feira, 5 de julho de 2007

CANÍCULA

Tem a ver com cana- não com cão, como cheguei a imaginar. Mas lá que morde, morde.
Chegou. Seja como for,ela aí está. Ultrapassando os 35, cada vez mais próxima dos quarenta. Tanto
como, agora, em média, o número de pessoas ( amigos) a quem sei chegar no dia-a-dia.
E aqui em casa é péssimo. Porque a magra tensa cada vez dá menos para meter um tecto falso, um
Pladur ou lá como se chama aquilo- que pelo menos visualmente me liberte das chapas caneladas de
fibrocimento ou semelhante. Até dizem que amiantado – o que pode, no mínimo, provocar o cancro.
Bom, mas quem me lê não estará disposto a continuar a aceder a um rosário de lamentações – como
tem sido a saga, relatada à exaustão, de ter que (re)tirar a carta ( leia-se: tirar mais do que uma vez).
É tempo, pois, de reverter a palamenta térmica de inverno: aquecedores eléctrico e a gás; braseira
eléctrica; termoventilador ( lembra-se: o que faz mais barulho do que tractor agrícola em fase de
arranque); substituir na cama, finalmente, a manta lobeira e a modernice do edredon chinês – por
um simples e homeotérmico lençol de algodão estampado aos ramalhões, que velha namorada me
ofereceu já lá vão uns bons anitos. É dos bons, fabricado no Vale do Ave – antes das
deslocalizações e da pós-moderna criação mental que dá pelo nome de Fléxisegurança ou lá o raio
que os parta.
Pôr (tempo de) a também velha ventoinha, de origem marroquina, comprada no ti Prates, a
funcionar pela primeira vez, depois de lhe espanar as pás com um artefacto de penas côr-de-rosa
que faz lembrar penacho de cavalo em maré de cortesias.
Por falar em cores: a gente nem se dá por isso. A casa-de-banho, por exemplo, toda branca, tem um
“protector” de plolibain azul, um balde de esfregona cor-de-cereja em baixo e uma peça
aparentemente insignificante que anima todo aquele espaço: o cabo da esfregona. Se eu fosse pintor
cairia quase em exclusivo encima dessa peça: Estilizada, sobre o fundo branco da parede e a curta
distância do plástico do polibain – azul – o cabo de esfregona é de um indiscreto amarelo gema-deovo,
encimado por um irrisório apêndice de cor verde.
Aí está por que este Vosso amigo nunca pode ser um bom cronista, um jornalista, um profissional
de escrita! Dispersa-se com a celeridade do mais bem lubrificado catavento.
Por falar em celeridade: aprendi ontem na aula teórica de condução estes três termos no mínimo
grotescos ( Vê, Professora Antónia Lima, que não foi em vão o seu curso de Literatura e Arte!? ) -
para designar equipamentos com que estamos de sobra familiarizados: A Pala de plástico que
estamos habituados a ver sobre o habitáculo dos camiões monstruosos com que nos cruzamos – tem
o nome de código de (fixe,por favor) – Pantógrafo. Vá-se lá saber por quê!
O plebeu conta-rotações convém saber que é tecnicamente é um Taquímetro. E o a que você,
simples diletante nestas coisas do trânsito, designa por conta- quilómetros – saiba que em
nomenclatura exegética, formal, decente, rigorosa, deve ser conhecido como CELERÓMETRO.
O meu leitor sabia disto – ou estará, como eu, a precisar de reciclagem?
Por estas e outras é que as Estradas portuguesas matam mais utentes do que os Talibans soldados
das forças aliadas no Afeganistão.
Sabe o que é um afegão. Conhece de certeza – uma espécie de papa-figo. Conhece ou não conhece?
Perdão. Vou mesmo instalar a ventoinha. Sem mais derivações: em frente da cadeira, com uma
toalha turca encharcada em permanência por um sistema gota-a-gota – de que já falei em pormenor
na época transacta. Não leu? - tivesse lido!
De qualquer modo, aí vai um caloroso ( será conveniente?) abraço

Adrian Bejan

Adrian Bejan – cientista de craveira mundial - está em Évora, a convite da Universidade, para explicar a sua Teoria, de aceitação universal, conhecida por CONSTRUCTAL.

Esta descoberta teórica “constitui novo paradigma de abordagem de estruturas de escoamento complexas em Engenharia e na Natureza”

Estuda e explica, por exemplo, os mecanismos do bater das asas dos pássaros quando voam ( julgo que também dos colibris ao alimentarem-se do pólen das flores, das cotovias -allouettes?- ou libélulas – quando pairam como autênticos helicópteros) . E arrisco ainda que o grande precursor desta mecânica toda – terá sido o fabuloso Leonardo, que em pausa desses estudos exigentes se terá dedicado a pintar insignificâncias como a graciosa Mona Lisa.

Constructal ( vizinha de Fractal? ) pode explicar como se estruturam as bacias hidrográficas; como se processa a ramificação das árvores das nossas matas e jardins; como germinam as sementes ou como se processa a nossa conhecida função clorofilina.

Fiquei com a ideia – do que li – que os seus trabalhos se baseavam também num ramo da ciência – a Termodinâmica – que sempre me atraiu enquanto curioso. Sobretudo a sua lei segunda – conhecida por da Entropia – que diz, o que toda a gente sabe, que tudo o que nasce tende para a morte, toda a energia tende a dissipar-se, o que já produziu trabalho não pode mais ser recuperado.

Tudo, à partida, é energia, ordem, informação. Os átomos muito arrumadinhos, sossegados – até que entram num diabólico desatino, que não pára mais até ao arrefecimento e morte inevitáveis. Veja-se nós: começamos por uma célula minúscula, única – toda ela, repete-se :energia; ordem; informação . A partir de aí, até jogarmos à bola ou pilotarmos carros-de-combate, é uma sucessão de sucessos (????) à mistura com erros sucessivos. Para nós humanos – mas também para os nossos gatos, para as cegonhas das torres das igrejas, para a reacção dos rios às tempestades e às secas, para as nuvens de poeira geradas no deserto.

Julgo, ainda, que o grande trabalho do insigne Professor procura localizar os erros, e, de certo modo, corrigi-los ou tentar minimizá-los, se calhar, digo eu, evitando desperdícios de energia. O piloto de carros-de-combate não deve perder tempo e energias a ter que fixar os limites de velocidade de um veículo de mercadorias, com reboque, numa Estrada Municipal. Digo eu, claro!

Na minha ininputabilidade ( será que se escreve assim?)de diletante, ousaria introduzir aqui uma nova dimensão (variável ?)

Que também todos conhecemos mais ou menos : acaso ou aleatoriedade

E enviaria os meus leitores – entre 30 e 50 em 24 horas – para este exercício pessoal: fazer um diagrama dos algarismos do seu número de telemóvel . Começo pelo meu – fora o indicativo 96- 45 45 787 – um simples quadradinho. Ensaie o seu. E o dos seus amigos, clientes, simples conhecidos que tenha na agenda.

Se algum psicólogo estiver no número dos que têm a curiosidade de me ler – faça pois esse exercício, e dê-se ao trabalho de tentar descobrir correspondências entre os diagramas desenhados e a personalidade dos utentes desses números.

É evidente que esta temeridade do campo do oculto nada tem a ver com o trabalho científico do mestre ilustre que a Universidade de Évora teve a inspiração de convidar.

E, olhe, divirta-se como eu.

abraços

“SER GRANDE É QUERER MAIS

Painel gigante nas paredes dum santuário nacional do Euro. Um Banco – em fase
supramediáticapor
o velho fundador/patrão pretender correr com um dos seus delfins.
“ser grande é querer mais”! Como riria Pessoa do Mural no mínimo aMoral!
Ser grande, querer mais, dinheiro, Bancos, Bolsa, Paraísos Fiscais, contas bancárias, cheques –
querer mais de tudo. É isso que é ser grande.
2 - Portugal vai receber – acaba de ser anunciado – ao longo dos seis meses de “presidência”da
Comunidade- tanto como 21 mil milhões de euros. Feitas as contas pelos homens das notícias dá
uma taleigada de euros por minuto. Só com um EUROduto vão conseguir transferir a massa para cá:
Bélgica- França – Espanha (Badajós, espero) – Lisboa. É bem provável que o pipe-line me passe
aqui à porta, nas faldas de Arraiolos, e então, olhem, já tenho o Black&Decker preparado – com
broca adequada – para ir, pela calada da noite, sacar a maquia que julgo me seja destinada.
Porque se fico à espera que me façam chegar a minha talhada do melão – já sei que nunca mais:
ou porque o euroduto engorgitou; ou porque as máquinas na origem griparam por excesso de
trabalho; ou porque a Suécia – por causa do terrorismo em Londres, Glasgow, em todo o Reino
Unido- resolveu cortar o fornecimento de papel à próspera Indústria produtora de notas de
Belgrado. De Malgrado na situação vertente!!!!
Como não tenho carro -melhor dizendo Carta, comecei hoje as minhas lições de condução, quem
sabe quando começar a correr a massa pelo EUROduto não serei eu já possuidor do almejado
documento- terei que me deslocar a pé. De bicicleta- também chamado velocípede – de igual modo
não – por não estar legalmente habilitado, terei então que me deslocar pelo próprio pé. Um saco do
adubo – os espanhóis, nossos vizinhos e invasores pacíficos chamam-lhe apropriadamente abono –
lá irei então de saco do abono às costas, pela calada da noite, Black&Decker preparado para abrir os
primeiros furos, uma espécie de prospecção, para localizar em que troço é que a matéria é mais
fluente.
Como as noites vão frescas – vá lá a gente preceber estes caprichos da meteorologia: quando se
dispendem rios de dinheiro para alertar o Mundo contra o perigo do tal aquecimento global, aí
estamos nós em Julho a dormir de cobertor lobeiro e a vir mijar à Rua de capote. Vão as noites
frescas, dizia eu atrás, de modo que não posso deslocar-me à perfuração nocturna em corpo bem
feito, como é hábito dizer, sob pena de me denunciar com espirro sobre espirro no decorrer dos
trabalhos de perfuração. O meu leitor entende, estou seguro.
E com o dinheiro do saque – bem aconchegado no saco do abono – quem sabe não lograrei comprar
a própria carta. Quem me garante do contrário? É que, na mais optimista das hipóteses, ficam a
faltar-me ainda mais 31 lições de Estrada. Eu que já conduzia vai para 50 anos!!! Não deixa de ser
bem feito. Quem me manda ter esquecido a Renovação!
3 – não sei se por causa da minha linguagem libertina – vir mijar à Rua e semelhantes- o Jornal
onde tradicionalmente publico as minhas estórias já me vai arrastando os textos para as páginas
derradeiras. Andei muito tempo ali ao lado dos comentadores políticos, dos plumitivos assertivos,
dos jornalistas encartados (lagarto, lagarto, lagarto – lá vem a estória da carta como um estigma,
maldição incontornável!) até que deram em ir posteriorizando a minha modesta colaboração,
chegando à subalternidade onde estou agora: quase de caras com a página de Publicidade. Ou
repenso estilo e conteúdo – ou não demora estão as minhas crónicas disfarçadas entre os anúncios
necrológicos.
Por hoje é tudo – que amanhã às dez lá estou eu com o simpático instrutor – não se esqueça que só
pode deligar o motor do veículo com a primeira ou marcha-atrás ligada!
Divertiu-se?
Boas Férias. Eu estou de
Fúrias

segunda-feira, 2 de julho de 2007

“SER GRANDE É QUERER MAIS”

1 - Painel gigante nas paredes dum santuário nacional do Euro. Um Banco – em fase
supramediáticapor
o velho fundador/patrão pretender correr com um dos seus delfins.
“ser grande é querer mais”! Como riria Pessoa do Mural no mínimo aMoral!
Ser grande, querer mais, dinheiro, Bancos, Bolsa, Paraísos Fiscais, contas bancárias, cheques –
querer mais de tudo. É isso que é ser grande.
2 - Portugal vai receber – acaba de ser anunciado – ao longo dos seis meses de “presidência”da
Comunidade- tanto como 21 mil milhões de euros. Feitas as contas pelos homens das notícias dá
uma taleigada de euros por minuto. Só com um EUROduto vão conseguir transferir a massa para cá:
Bélgica- França – Espanha (Badajós, espero) – Lisboa. É bem provável que o pipe-line me passe
aqui à porta, nas faldas de Arraiolos, e então, olhem, já tenho o Black&Decker preparado – com
broca adequada – para ir, pela calada da noite, sacar a maquia que julgo me seja destinada.
Porque se fico à espera que me façam chegar a minha talhada do melão – já sei que nunca mais:
ou porque o euroduto engorgitou; ou porque as máquinas na origem griparam por excesso de
trabalho; ou porque a Suécia – por causa do terrorismo em Londres, Glasgow, em todo o Reino
Unido- resolveu cortar o fornecimento de papel à próspera Indústria produtora de notas de
Belgrado. De Malgrado na situação vertente!!!!
Como não tenho carro -melhor dizendo Carta, comecei hoje as minhas lições de condução, quem
sabe quando começar a correr a massa pelo EUROduto não serei eu já possuidor do almejado
documento- terei que me deslocar a pé. De bicicleta- também chamado velocípede – de igual modo
não – por não estar legalmente habilitado, terei então que me deslocar pelo próprio pé. Um saco do
adubo – os espanhóis, nossos vizinhos e invasores pacíficos chamam-lhe apropriadamente abono –
lá irei então de saco do abono às costas, pela calada da noite, Black&Decker preparado para abrir os
primeiros furos, uma espécie de prospecção, para localizar em que troço é que a matéria é mais
fluente.
Como as noites vão frescas – vá lá a gente preceber estes caprichos da meteorologia: quando se
dispendem rios de dinheiro para alertar o Mundo contra o perigo do tal aquecimento global, aí
estamos nós em Julho a dormir de cobertor lobeiro e a vir mijar à Rua de capote. Vão as noites
frescas, dizia eu atrás, de modo que não posso deslocar-me à perfuração nocturna em corpo bem
feito, como é hábito dizer, sob pena de me denunciar com espirro sobre espirro no decorrer dos
trabalhos de perfuração. O meu leitor entende, estou seguro.
E com o dinheiro do saque – bem aconchegado no saco do abono – quem sabe não lograrei comprar
a própria carta. Quem me garante do contrário? É que, na mais optimista das hipóteses, ficam a
faltar-me ainda mais 31 lições de Estrada. Eu que já conduzia vai para 50 anos!!! Não deixa de ser
bem feito. Quem me manda ter esquecido a Renovação!
3 – não sei se por causa da minha linguagem libertina – vir mijar à Rua e semelhantes- o Jornal
onde tradicionalmente publico as minhas estórias já me vai arrastando os textos para as páginas
derradeiras. Andei muito tempo ali ao lado dos comentadores políticos, dos plumitivos assertivos,
dos jornalistas encartados (lagarto, lagarto, lagarto – lá vem a estória da carta como um estigma,
maldição incontornável!) até que deram em ir posteriorizando a minha modesta colaboração,
chegando à subalternidade onde estou agora: quase de caras com a página de Publicidade. Ou
repenso estilo e conteúdo – ou não demora estão as minhas crónicas disfarçadas entre os anúncios
necrológicos.
Por hoje é tudo – que amanhã às dez lá estou eu com o simpático instrutor – não se esqueça que só
pode deligar o motor do veículo com a primeira ou marcha-atrás ligada!
Divertiu-se?
Boas Férias. Eu estou de
Fúrias
INSTRUÇÕES PRIMÁRIAS
“SER GRANDE É
QUERER MAIS”
1 - Painel gigante nas paredes dum santuário nacional do Euro. Um Banco – em fase
supramediáticapor
o velho fundador/patrão pretender correr com um dos seus delfins.
“ser grande é querer mais”! Como riria Pessoa do Mural no mínimo aMoral!
Ser grande, querer mais, dinheiro, Bancos, Bolsa, Paraísos Fiscais, contas bancárias, cheques –
querer mais de tudo. É isso que é ser grande.
2 - Portugal vai receber – acaba de ser anunciado – ao longo dos seis meses de “presidência”da
Comunidade- tanto como 21 mil milhões de euros. Feitas as contas pelos homens das notícias dá
uma taleigada de euros por minuto. Só com um EUROduto vão conseguir transferir a massa para cá:
Bélgica- França – Espanha (Badajós, espero) – Lisboa. É bem provável que o pipe-line me passe
aqui à porta, nas faldas de Arraiolos, e então, olhem, já tenho o Black&Decker preparado – com
broca adequada – para ir, pela calada da noite, sacar a maquia que julgo me seja destinada.
Porque se fico à espera que me façam chegar a minha talhada do melão – já sei que nunca mais:
ou porque o euroduto engorgitou; ou porque as máquinas na origem griparam por excesso de
trabalho; ou porque a Suécia – por causa do terrorismo em Londres, Glasgow, em todo o Reino
Unido- resolveu cortar o fornecimento de papel à próspera Indústria produtora de notas de
Belgrado. De Malgrado na situação vertente!!!!
Como não tenho carro -melhor dizendo Carta, comecei hoje as minhas lições de condução, quem
sabe quando começar a correr a massa pelo EUROduto não serei eu já possuidor do almejado
documento- terei que me deslocar a pé. De bicicleta- também chamado velocípede – de igual modo
não – por não estar legalmente habilitado, terei então que me deslocar pelo próprio pé. Um saco do
adubo – os espanhóis, nossos vizinhos e invasores pacíficos chamam-lhe apropriadamente abono –
lá irei então de saco do abono às costas, pela calada da noite, Black&Decker preparado para abrir os
primeiros furos, uma espécie de prospecção, para localizar em que troço é que a matéria é mais
fluente.
Como as noites vão frescas – vá lá a gente preceber estes caprichos da meteorologia: quando se
dispendem rios de dinheiro para alertar o Mundo contra o perigo do tal aquecimento global, aí
estamos nós em Julho a dormir de cobertor lobeiro e a vir mijar à Rua de capote. Vão as noites
frescas, dizia eu atrás, de modo que não posso deslocar-me à perfuração nocturna em corpo bem
feito, como é hábito dizer, sob pena de me denunciar com espirro sobre espirro no decorrer dos
trabalhos de perfuração. O meu leitor entende, estou seguro.
E com o dinheiro do saque – bem aconchegado no saco do abono – quem sabe não lograrei comprar
a própria carta. Quem me garante do contrário? É que, na mais optimista das hipóteses, ficam a
faltar-me ainda mais 31 lições de Estrada. Eu que já conduzia vai para 50 anos!!! Não deixa de ser
bem feito. Quem me manda ter esquecido a Renovação!
3 – não sei se por causa da minha linguagem libertina – vir mijar à Rua e semelhantes- o Jornal
onde tradicionalmente publico as minhas estórias já me vai arrastando os textos para as páginas
derradeiras. Andei muito tempo ali ao lado dos comentadores políticos, dos plumitivos assertivos,
dos jornalistas encartados (lagarto, lagarto, lagarto – lá vem a estória da carta como um estigma,
maldição incontornável!) até que deram em ir posteriorizando a minha modesta colaboração,
chegando à subalternidade onde estou agora: quase de caras com a página de Publicidade. Ou
repenso estilo e conteúdo – ou não demora estão as minhas crónicas disfarçadas entre os anúncios
necrológicos.
Por hoje é tudo – que amanhã às dez lá estou eu com o simpático instrutor – não se esqueça que só
pode deligar o motor do veículo com a primeira ou marcha-atrás ligada!
Divertiu-se?
Boas Férias. Eu estou de
Fúrias

domingo, 1 de julho de 2007

Duas reflexões

1 - O homem só notou que estava irreversivelmente alcoolizado quando baforou sobre uma varejeira
azul com reflexos verdes, que se debatia contra o vidro da janela, e caiu fulminada – como sob
efeito do mais potente insecticida
2 – mudaria sem dúvida a Bandeira Nacional – como o Sporting, o Benfica, o Porto vão fazendo
sucessivas modernizações nos seus equipamentos. Lembram-se dos calções pelos joelhos, dos
chumaços inestéticos dos calções dos guarda-redes, das joelheiras de feltro, das botas pesadíssimas
com travessas.....
Criaria também um novo Hino Nacional. Com um poema do Herberto Helder, do António Ramos
Rosa – concedendo um pouco – do próprio Fernando Pessoa.
Não fazem mais sentido os heróis do Mar, os Egrégios Avós – que ninguém sabe o que isso é, o
Contra os Canhões – que estão tecnologicamente ultrapassados.
A própria Rússia não fez isso?
Apagaria de vez o velho Slogan: ONDE A TERRA ACABA E O MAR COMEÇA. - o que transmite
de facto a ideia retógrada de "Olho do Cu " da Europa. E lançaria, em troca, um agressivo:
ONDE O MAR ACABA E A TERRA SE INICIA (Ou PRINCIPIA ) -matéria a sujeitar a plebiscito
Portugal passaria assim a ser entrada da Europa, em vez de porta das traseiras, que não dá acesso a mais do que ao Quintal
Boas Férias, e creia-me genuinamente patriota
António Saias

BREVES DADOS BIOGRÁFICOS:(para uma entrevista – também pouco formal)

A minha Biografia (tb) não tem mais do que duas datas. Uma – que é 10 de Dezembro de 1938,
num lugarejo recôndito chamado Almadafe, freguesia de Casa-Branca, concelho de Sousel, a outra
-ninguém sabe ainda onde nem quando irá acontecer. Entre as duas vão se sucedendo coisas, na sua
maioria filhas do acaso, com maior ou menor relevância para mim- seguramente de pouca (ou
nenhuma)importância para o Mundo
Pelos dados demográficos actuais – estou a meia-dúzia de anos de acabar com a incerteza da
segunda data. Reforçado pelo facto de ser, desde sempre, um grande viveiro de pequenos vícios:
fumo, bebo, pratico outros desregramentos desde os primeiros anos do Liceu.
Nunca usei calções. Suponho que já nasci de calças.
Estive em África – mas não conheço o Mundo. Mesmo o meu país, na sua grande maioria
geográfica, é-me tão estranho como qualquer recôndito monumento religioso do remoto Bangla-
Desh.
Acredito que o Mundo muda. Independentemente do empenhamento pessoal de cada um. Não há
mais “cada um”. Só há todos
O padre António Vieira – de que sou ferveroso adepto – falava, há quase quinhentos anos, da queda
dos impérios. Pessoa e Agostinho da Silva seguiram-lhe o caminho: Assírio/ Persa/ Grego/Romano..
nenhum deles conhecia ainda o último – que já não é russo nem americano:
O Império Global.
Que, ai de nós!, é também para ruir. O que sucederá ao Império Global?
Fiz, e continuo a fazer, montes de asneiras. Se calhar também coisas interessantes- como toda a
gente. Mas cada vez mais as pessoas só contabilizam as primeiras. E são assim com todos! E com
tudo!
Lembro um velho estudante de Coimbra , de visita ao Rio – frente ao imponente Pão-de-Açucar:
bonito, sim,senhor, mas nada que chegue ao nosso Penedo da Saudade.
Sou teimoso. E raramente com razão. São poucas as pessoas que arriscam escutar-me 5 minutos
sem interrupção. Todos os meus amigos( poucos) são enciclopédicos, sábios, extremamente
honestos, já foram campeões em qualquer modalidade. Não aceitam, portanto, dialogar com quem
nunca deu a conhecer que já possuiu não sei quantas gajas, que já enfrentou leões em plena Selva,
que, pelos seus 18 anos, corria os 100 metros em menos de 10 segundos.
Nunca fui nada disso. De aí ser difícil conservar amigos.
Mais? Olha, não sei! O teu Jornal tem sido o espaço-vítima da minha autoBiografia.
Ah, e dizer o que toda a gente sabe: sou um velho regente-agrícola reformado

Sem título

Se tu fosses

Rio

Eu lhe chamaria ÁVIDO

Rio Ávido de Vida

E mergulharia nele

Sem me importarem

Nem a Torrente

Nem

As Margens