Olha, Daisy
(perdoa, tentei tudo:
Rita, Eva, Amélia, Margarida
Lucy de Lucília – nada joga certo como Daisy )
Está um calor aqui no Alentejo
Neste magrebino Junho
Que me sinto grelhar
Por um Sol inclemente
Sinto-me num forno de lenha em plena combustão
Num microondas à máxima potência
Num ferro-de-engomar com o botão do termóstato
Rodado todo à minha mão direita
Já fechei janelas e postigos
Que vertem directamente para a Rua
Já corri cortinas
Baixei estores
Já vedei frinchas das portas
Com os clássicos chouriços virtuais – de serradura
E olha, Daisy,
Nem assim me liberto
Deste insustentável
Pinatubo
O calor perturba, Daisy,
Com pouca coisa pode levar-nos a uma pontinha de loucura
Sei que não adianta nada o que fui fazer agora:
Fechar à chave
As portas todas
Que atiram para a Rua
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