domingo, 1 de julho de 2007

BREVES DADOS BIOGRÁFICOS:(para uma entrevista – também pouco formal)

A minha Biografia (tb) não tem mais do que duas datas. Uma – que é 10 de Dezembro de 1938,
num lugarejo recôndito chamado Almadafe, freguesia de Casa-Branca, concelho de Sousel, a outra
-ninguém sabe ainda onde nem quando irá acontecer. Entre as duas vão se sucedendo coisas, na sua
maioria filhas do acaso, com maior ou menor relevância para mim- seguramente de pouca (ou
nenhuma)importância para o Mundo
Pelos dados demográficos actuais – estou a meia-dúzia de anos de acabar com a incerteza da
segunda data. Reforçado pelo facto de ser, desde sempre, um grande viveiro de pequenos vícios:
fumo, bebo, pratico outros desregramentos desde os primeiros anos do Liceu.
Nunca usei calções. Suponho que já nasci de calças.
Estive em África – mas não conheço o Mundo. Mesmo o meu país, na sua grande maioria
geográfica, é-me tão estranho como qualquer recôndito monumento religioso do remoto Bangla-
Desh.
Acredito que o Mundo muda. Independentemente do empenhamento pessoal de cada um. Não há
mais “cada um”. Só há todos
O padre António Vieira – de que sou ferveroso adepto – falava, há quase quinhentos anos, da queda
dos impérios. Pessoa e Agostinho da Silva seguiram-lhe o caminho: Assírio/ Persa/ Grego/Romano..
nenhum deles conhecia ainda o último – que já não é russo nem americano:
O Império Global.
Que, ai de nós!, é também para ruir. O que sucederá ao Império Global?
Fiz, e continuo a fazer, montes de asneiras. Se calhar também coisas interessantes- como toda a
gente. Mas cada vez mais as pessoas só contabilizam as primeiras. E são assim com todos! E com
tudo!
Lembro um velho estudante de Coimbra , de visita ao Rio – frente ao imponente Pão-de-Açucar:
bonito, sim,senhor, mas nada que chegue ao nosso Penedo da Saudade.
Sou teimoso. E raramente com razão. São poucas as pessoas que arriscam escutar-me 5 minutos
sem interrupção. Todos os meus amigos( poucos) são enciclopédicos, sábios, extremamente
honestos, já foram campeões em qualquer modalidade. Não aceitam, portanto, dialogar com quem
nunca deu a conhecer que já possuiu não sei quantas gajas, que já enfrentou leões em plena Selva,
que, pelos seus 18 anos, corria os 100 metros em menos de 10 segundos.
Nunca fui nada disso. De aí ser difícil conservar amigos.
Mais? Olha, não sei! O teu Jornal tem sido o espaço-vítima da minha autoBiografia.
Ah, e dizer o que toda a gente sabe: sou um velho regente-agrícola reformado

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