domingo, 29 de julho de 2007

Domingo, 29 de Julho de 2007

Durmo 6-7 horitas por noite. Para os meus quase 70 – parece que não deve ser suficiente.
A porcaria da carta? A sadocracia geriátrica de punir quem esquece a validade de um documento
pessoal?
7 horas da manhã. O trio de gatos já se manifesta da soleira da porta. A matriarca pariu mais uma
ninhada. Não faço ideia de onde.
A Cristhie, monopata, continua em casa – brincando com os meus pés descalços.
Ninguém sabe coexistir comigo como a gata Cristhie. Pela primeira vez na vida investi para salvar
um gato. E ele paga-me não se importando que eu não me importe com ele a tempo inteiro. Tolerame
exactamente como sou.
Ouvimos uma coisa linda de Tchaikowsky (?): eu, aqui, soltando estas palavras – Cristhie
completamente solta, dormindo num sofá
Os estorninhos voltam a chatear ao romper da aurora na vertical precisa da minha cabeça, no
telhado, já expliquei uma vez que são atraídos pela radiação infravermelha que se desprende para o
éter. Nada a fazer enquanto eu respirar e houver estorninhos na ribeira.
Os gnous e as zebras devem ser guiados por parasensações idênticas quando resolvem percorrer
longas distâncias à procura de erva nova. Razões fortes que escapam ao nosso entendimento – a que
chamamos comodamente instinto. Quando se passa com as plantas – porque elas também sentem
como os animais e como nós, e também se movimentam – resolvemos rotular esses
comportamentos de tropismos.
Esta noite as formigas-de-asa, à semelhança dos grandes herbívoros africanos, vieram para a rua.
Pergunto aos velhos camponeses o que isso significa – dizem que é normal. Mas eu já acredito mais
em mim do que nessa gente que trocou o Borda D´Água pela gravata e pelo Cinzanno. Sempre
associei a formiga-de-asa à ocorrência de chuvadas fortes fora-de-época. Espero é que não seja dia
2- quando tenho que ir a Évora submeter-me à primeira etapa do famoso exame de condução.
Até mais ler,
abraços e beijinhos

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