quinta-feira, 5 de julho de 2007

“SER GRANDE É QUERER MAIS

Painel gigante nas paredes dum santuário nacional do Euro. Um Banco – em fase
supramediáticapor
o velho fundador/patrão pretender correr com um dos seus delfins.
“ser grande é querer mais”! Como riria Pessoa do Mural no mínimo aMoral!
Ser grande, querer mais, dinheiro, Bancos, Bolsa, Paraísos Fiscais, contas bancárias, cheques –
querer mais de tudo. É isso que é ser grande.
2 - Portugal vai receber – acaba de ser anunciado – ao longo dos seis meses de “presidência”da
Comunidade- tanto como 21 mil milhões de euros. Feitas as contas pelos homens das notícias dá
uma taleigada de euros por minuto. Só com um EUROduto vão conseguir transferir a massa para cá:
Bélgica- França – Espanha (Badajós, espero) – Lisboa. É bem provável que o pipe-line me passe
aqui à porta, nas faldas de Arraiolos, e então, olhem, já tenho o Black&Decker preparado – com
broca adequada – para ir, pela calada da noite, sacar a maquia que julgo me seja destinada.
Porque se fico à espera que me façam chegar a minha talhada do melão – já sei que nunca mais:
ou porque o euroduto engorgitou; ou porque as máquinas na origem griparam por excesso de
trabalho; ou porque a Suécia – por causa do terrorismo em Londres, Glasgow, em todo o Reino
Unido- resolveu cortar o fornecimento de papel à próspera Indústria produtora de notas de
Belgrado. De Malgrado na situação vertente!!!!
Como não tenho carro -melhor dizendo Carta, comecei hoje as minhas lições de condução, quem
sabe quando começar a correr a massa pelo EUROduto não serei eu já possuidor do almejado
documento- terei que me deslocar a pé. De bicicleta- também chamado velocípede – de igual modo
não – por não estar legalmente habilitado, terei então que me deslocar pelo próprio pé. Um saco do
adubo – os espanhóis, nossos vizinhos e invasores pacíficos chamam-lhe apropriadamente abono –
lá irei então de saco do abono às costas, pela calada da noite, Black&Decker preparado para abrir os
primeiros furos, uma espécie de prospecção, para localizar em que troço é que a matéria é mais
fluente.
Como as noites vão frescas – vá lá a gente preceber estes caprichos da meteorologia: quando se
dispendem rios de dinheiro para alertar o Mundo contra o perigo do tal aquecimento global, aí
estamos nós em Julho a dormir de cobertor lobeiro e a vir mijar à Rua de capote. Vão as noites
frescas, dizia eu atrás, de modo que não posso deslocar-me à perfuração nocturna em corpo bem
feito, como é hábito dizer, sob pena de me denunciar com espirro sobre espirro no decorrer dos
trabalhos de perfuração. O meu leitor entende, estou seguro.
E com o dinheiro do saque – bem aconchegado no saco do abono – quem sabe não lograrei comprar
a própria carta. Quem me garante do contrário? É que, na mais optimista das hipóteses, ficam a
faltar-me ainda mais 31 lições de Estrada. Eu que já conduzia vai para 50 anos!!! Não deixa de ser
bem feito. Quem me manda ter esquecido a Renovação!
3 – não sei se por causa da minha linguagem libertina – vir mijar à Rua e semelhantes- o Jornal
onde tradicionalmente publico as minhas estórias já me vai arrastando os textos para as páginas
derradeiras. Andei muito tempo ali ao lado dos comentadores políticos, dos plumitivos assertivos,
dos jornalistas encartados (lagarto, lagarto, lagarto – lá vem a estória da carta como um estigma,
maldição incontornável!) até que deram em ir posteriorizando a minha modesta colaboração,
chegando à subalternidade onde estou agora: quase de caras com a página de Publicidade. Ou
repenso estilo e conteúdo – ou não demora estão as minhas crónicas disfarçadas entre os anúncios
necrológicos.
Por hoje é tudo – que amanhã às dez lá estou eu com o simpático instrutor – não se esqueça que só
pode deligar o motor do veículo com a primeira ou marcha-atrás ligada!
Divertiu-se?
Boas Férias. Eu estou de
Fúrias

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